sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O Pensamento é Perfeito

O pensamento é perfeito
Outro jeito que não tem de ser
Ver o mundo e ficar só
No egoísmo de sua ode
Com sorte rima a sua saga
Adaga louca que não se entrega
E pega o rumo de sua estrada
A ver loucura na cabeça alheia
A cera da aranha cinge a teia
Que a mantém viva e presa
Prender a vida na sua teia
Viver da vida alheia
O pensamento é perfeito
Pensa a cabeça do louco
Em se ver e ser
Loucura na cabeça alheia

domingo, 12 de outubro de 2008

Quando a sorte te solta um cisne na noite

Uma vez disse Hermeto Pascoal que “música é que nem filho, primeiro a gente faz e depois dá o nome”. Fica fácil quando a música tem letra, basta pegar uma frase da música ou uma idéia e colocar como nome. Quando é apenas instrumental, a coisa fica difícil.
Lembrei de Marco Antonio Araujo, que fazia um som instrumental muito bom, característico da mistura de sua formação clássica e de anos ouvindo rock’n’roll. Certa vez, compôs uma música chamada “Quando a sorte te solta um cisne na noite”, que integrava um disco com o mesmo nome. A música é maravilhosa, porém jamais tive a sorte de entender o que tem a maldita noite com a porra do cisne.
O problema é que música tem que ter nome, para ser identificada quando falarmos dela de alguma forma. Na verdade, tudo tem que ter nome, pelo mesmo motivo.
Apenas recentemente me dei conta de que sentimentos também precisam ter nome, porque só agora descobri que é necessário falar deles.Acho melhor fazer o meu primeiro exercício, dando nome para o que eu sinto agora: “transtorno depressivo de domingo a noite que durante a semana passa (ou não), não necessariamente nesta mesma ordem, eu acho”.