quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Ratinho

O cara é feio. Não apenas feio, mas muito feio. Feio pra caralho. Tem um jeito extremamente folgado, além de ser muito feio (será que eu já disse?).
Tinha as mulheres. Sim, eram duas, de modo que o cidadão foi apelidado de “Seu Flor”. Duas barraqueiras.
O fato é que as duas brigavam pelo ser “bonitinho”. A missão era apurar se as duas chegaram à agressão física dentro do banheiro feminino. Foi palavra contra palavra, de modo que foi impossível determinar se o fato ocorreu.
Os depoimentos falaram de tudo: traição, ameaças de morte, pagamento de pensão alimentícia, participação das famílias dos envolvidos, atuação dos encarregados pela segurança. O fato não foi apurado.
O acontecimento, por incrível que pareça real, ocorreu numa instituição de ensino superior, onde deveriam formar-se “profissionais comprometidos, que saibam pensar”.
Coisas que vemos em certos programas de televisão infelizmente são reais. Não fazem parte apenas da cultura do nosso país, mas do espírito agressivo, covarde e hipócrita do ser humano.
Fiquei com uma enorme sensação de incompetência. Conhecer o perfil dos envolvidos e ser incapaz de produzir um relatório que solicitasse providências para, no mínimo, transmitir alguma segurança aos que freqüentam o local. A baixaria ganhou mais uma vez.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Confiança

Não há felicidade que dure mais de um mês. No meu caso, isso parece uma verdade científica.
Há poucas horas, fui vítima do fenômeno “levar bola nas costas” (no sentido futebolístico, sem conotação de ordem sexual). Não reclamo do ocorrido, pois como dizia um poeta cearense “todo castigo pra corno é pouco”.
O problema é que havia uma espécie de pacto de sinceridade absoluta, pelo qual fui freqüentemente cobrado e tinha a mais absoluta confiança na cara (nem tanto) metade. Aliás, a senhorita continua achando que não aconteceu nada demais, pois sempre jogou na minha cara que nunca me prometera nada.
Nesta vida nos relacionamos com muitos seres: amigos, irmãos, quatis, bromélias etc. Algumas vezes conseguimos desenvolver relações de confiança, que são necessárias, porém algumas vezes perigosas.
Existem relações na nossa vida que só existem em razão da confiança, pela proximidade e aposta emocional que se faz; são casos em que a mentira é a atitude mais covarde que alguém possa ter.
Considerando as mudanças recentes na minha vida, parece que está na hora de voltar para o velho casulo. Podia não ser feliz, mas acho que sofria menos.