terça-feira, 25 de setembro de 2007

Irmãos

Atualmente, tenho pensado numa série de coisas incomuns, por conta de uma determinada preparação a que estou me submetendo (não convém comentar os detalhes). Uma das perguntas que me fizeram foi: Se soubesse que você tem 10 minutos de vida, o que seria importante pensar?
Honestamente, acho que não me arrependo de nada, todas as decisões que tomei, erradas ou não, foram o que minha cultura permitiu. Mesmo assim, acredito que algumas coisas poderiam ser diferentes.
Alguns dos momentos mais importantes da minha vida foram marcados pela companhia de pessoas que me receberam em suas casas, em suas vidas, enfim, pessoas que talvez sejam mais do que amigos, melhor dizer irmãos.
De uma hora para outra, vários novos “irmãos” apareceram na minha vida, o que aumentou a importância dos outros que fizeram (e fazem) parte da minha vida.
Acho que a melhor forma de fazer com que algumas coisas sejam melhores é dizer a todos estes irmãos o quanto são importantes, enquanto eu tenho mais do que 10 minutos de vida (eu acho...).
Me aguardem.

sábado, 15 de setembro de 2007

Uma estória de amor

Jolescrilson era um cara que, definitivamente, não perdia viagem. Se dizia um grande especialista na arte da conquista, que comia todo mundo com chegadas do tipo “e aí, gostosa!” e coisa pior.
Era um ser extremamente culto, praticava diariamente a leitura do “Metrô News”, principalmente a parte dos classificados de acompanhantes.
Num dia desses, no referido jornal, viu o anúncio de uma profissional do amor que dizia algo do tipo “faço tudo até o fim, com acessórios”. Nosso intrépido mestre na arte milenar de dar uma bimba ficara surpreso: que raio de acessório é esse?
Não conseguindo conter a curiosidade, procurou a tal doutora da alegria e foi verificar do que se tratava. Estava no meio do exercício do “mandar ver”, fazendo “de tudo até o fim”, quando pergunta para a rapariga: “mas cadê o acessório?”
Nesse instante, abre-se a porta e entra um negão pra lá de Mike Tyson, vestindo uma toga branca, com uma margarida na orelha, apresentando-se: “Prazer, Acessório”; em seguida põe as mão sobre os ombros do nosso assustado Jolescrilson e começa a cantar: “É só o amor, é só o amor...”.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Carros

Domingo divertido, com Fórmula 1 pela manhã e Fórmula Indy a tarde. Nada de especial, não torço para ninguém, apenas gosto de ver os carros andando. Gosto tanto que nem ligo (muito) para as pérolas emitidas pelos narradores, como “cronômetro é cronômetro”, “essa corrida só vai acabar na última volta” e outras que nem lembro, se lembrasse teria vergonha de escrever.
Não é só de corrida, desde a primeira vez que fui capaz de identificar um Porsche, os automóveis estão entre as coisas que mais me fascinam.
Paradoxalmente (é a primeira vez que uso essa palavra), o dom de dirigir não se desenvolveu em toda a sua plenitude na minha pessoa. Ou seja: dirijo mal pra caralho!
Além disso, sempre achei que o meio de transporte ideal é o Jornada nas Estrelas, some aqui e aparece lá.
Apesar disso, gosto muito de viajar de carro. Não sei ao certo o motivo, talvez seja divertido admirar o movimento da paisagem, as vaquinhas na beira da estrada, as placas com nomes estranhos de cidades, parar em algum lugar sórdido para comer alguma coisa insalubre.
Fico pensando se algumas coisas na nossa vida também são assim. Essa coisa de felicidade talvez não seja alguma coisa a que se chegue, mas seja um caminho. Pode ser divertido até para quem dirige mal.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Setembro chove

Estava em torno de minhas divagações metafísicas, metaquímicas e metamatemáticas quando lembrei de um trecho de uma música do Itamar Assumpção, que é assim:

“A fruta que apodreceu dançou,
despencou do céu, caiu
(...)
Desapareceu, sumiu,
não fez, não teve presença,
trafegou noutra freqüência aliás”

É impressionante o modo como o ser humano encara a frustração. Prefere dizer que as uvas estavam verdes ou, na maioria dos casos, que as uvas estavam podres.
Não existe gasto de energia mais inútil do que ficar ruminando uma frustração, preocupando-se em desqualificar o objeto (ou sujeito) da frustração para sentir-se “melhor”(?).
A melhor coisa a fazer é assumir que realmente não conseguiu alcançar as uvas, apenas por 18 segundos, deixando o assunto de lado.
Quanto à chuva de setembro, neste mês vou encarar o sujeito (ou objeto) de uma frustração. Simples: fita crepe para remendar a auto-estima e uma boa piada para manter o sorriso. Não é Hatuna Matata mas eu juro que funciona.

sábado, 1 de setembro de 2007

A pior cantada

Nunca fui um praticante da milenar arte da cantada. Não que haja alguma razão ideológica, apenas ocorre que já vi coisas que vão do ridículo ao bizarro neste esporte; e o ser humano sempre se supera.
Metro de Lisboa, num domingo à noite. Por essas horas, o combóio demora cerca de 10 minutos para chegar.
Eu estava sentado, assim como outras pessoas, inclusive um cidadão, que chamarei de Angolano.
Uma senhorita adentra a estação, vem caminhando e, quando passa em frente ao rebento de Angola, este se levanta e diz a ela em alto e bom som: “estás com fome?”
A senhorita passou reto e o persistente conquistador zulu a acompanha, sem obter nenhuma reação simpática daquela por quem seu coração lateja.
Adentram ao combóio e o Angolano insistiu muito. Não pude ouvir detalhes da conversa, mas o cidadão disse várias vezes “tu que sabes”.
Não sei que fim teve a estória, mas se o Angolano se deu mal nem dá pra culpar a menina...